Vampiros de Alma - parte 2


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Nos livros esotéricos fala-se sobre corpos energéticos de uma pessoa, mas a linguagem muitas vezes obscura que descreev esses campos faz com que seja difícil entender de que se trata. A emoção, por exemplo, não é fácil de ser estudada. Muitas vezes o estudo da vida emocional de uma pessoa torna-se uma investigação de padrões morais, mas não se trata disso na verdade. A emoção pode ser transmitida de pessoa a pessoa, através das multidões, de povos in teiros. Mas como funciona?
Emoção é movimento. Cada movimento é gerado pela energia. O fato de que correntes de energia en-trem e saiam de uma pessoa, pas-sem de uma pessoa para outra, atingindo grupos e até nações, é um fato de grande importância. A dra. Karagulla, em colaboração com outros cientistas, está desenvolvendo um método para registrar esses campos de energia, para poder demonstrar sua existência, estudá-los cientificamente.
A dra. Karagulla escreve que os sensitivos com os quais trabalhou falavam repetidamente de indivíduos sugadores, parasitas. E o que são esses indivíduos?Existem pessoas que não conseguem reabastecer suas energias no oceano de energias que nos cerca. Elas buscam suas energias pré-digeridas nas pessoas que as rodeiam. Os sensitivos observam e descrevem este processo. Depois de muitas pesquisas em colaboração com psicólogos e psiquiatras, a dra. Karagulla descobriu que os parasitas são pessoas quase sempre auto-centradas.Os sensitivos constatam que os sugadores possuem campos de energia muito restritos. Tais pessoas não estão conscientes de que tiram suas energias das demais. Elas simplesmente se sentem melhor quando estão perto de pessoas vitais.
Quem fica perto de um sugador durante um certo período começa a sentir-se cansado por motivos des-conhecidos. Muitas vezes a vítima tem vontade — por um profundo instinto de sobrevivência — de sair de perto do sugador. Tão logo esteja longe, começa a sentir-se melhor, vendo seu comportamento como algo inexplicável. E, muitas vezes, a pessoa volta com intenção de dali por diante tratar seu sugador melhor, tolerá-lo mais, ter mais pa-ciência com ele. E é de novo sugada, para de novo ficar irritada e começar a culpar-se novamente. O indivíduo não entende que aquela irritação e o desejo inexplicável de ficar longe do sugador são, na verdade, o resultado de um esgota-mento grave, e que sua própria natureza, vendo o perigo que corre, o ajuda a fugir.
Quando o sugador faz parte da família ou do círculo de amizades, os problemas são mais difíceis de serem resolvidos. Do lado da vítima repete-se milhares de vezes o ciclo "fuga/complexo de culpa/volta". Ela pode consultar um médico e contar sobre seu esgotamento, sua irritação quando a situação se arrasta sem que ninguém possa fazer nada. O médico não consegue constatar doença física alguma e não pode, portanto, fazer nada com seu paciente.
Alguns sugadores tiram energia de todos que o cercam. Nem sem-pre a pessoa autocentrada, que quer tudo para si e exige a atenção dos demais, é um sugador. Ela pode esgotar as demais por outros motivos. Um parasita é um indivíduo tão autocentrado, fechado em seu próprio mundo, isolado, que lhe falta a capacidade de deixar sua energia fluir para o mundo e para os outros.Por alguma razão ele não tem con-tato com o oceano de energias ao seu redor. Um dos sensitivos descreveu uma pessoa assim como um parasita psicológico, que usa energias mentais, emocionais e vitais de outras pessoas.
Uma observação mais detalhada do problema do sugador mostrou que esse fenômeno tem um efeito decisivo na energia física. A dra. Karagulla pediu aos sensitivos que observassem os vórtices (chacras) de energia no corpo energético. Foi verificado, então, que a energia sugada saía sempre do lugar onde se encontrava o vórtice mais fraco. Um indivíduo com chacra de pouca vitalidade na região do coração perde energia daquele lugar específico. Uma pessoa que tiver um vórtice energético na altura da garganta em más condições perderá energia daquele lugar.
Os sugadores têm diversos métodos de tirar energia dos outros. Alguns usam a voz. Um homem muito egocêntrico, que fala muito, tira a energia da sua vítima obrigando-a a ouvi-lo. A vítima, obrigada a ouvi-lo sem parar, se sentirá cada vez mais desanimada, seus campos vi-tais e até os emocionais e mentais enfraquecem, mostrando uma con-dição geral de esgotamento. E, quanto mais cansada a vítima se sente, mais difícil é para ela escapar do parasita. Existem ainda sugadores que usam os olhos.

A dra. Karagulla explica como um sugador trabalha: uma mulher chamada Carrie queixou-se de solidão, falta de contato social. Se ela convidava amigos para visitá-la, as pessoas se desculpavam e não apareciam. Quem saísse com ela uma vez recusava sistematicamente os convites seguintes. Ela reclamou com seus amigos e perguntou ao seu psiquiatra o que estava errado; por que as pessoas não gostavam dela? Ela era uma mulher cortês, bem-educada, mas muito autocentrada. No período em que a dra. Karagulla e os sensitivos a observa-ram, um dos amigos dela, juntamente com sua esposa, aceitou um convite para uma reunião. Em grupo seria mais fácil observá-la. A esposa desse amigo estava convalescendo de uma doença grave, mas o homem estava muito bem. Os dois observadores também estavam bem de saúde.

Os convidados chegaram, estavam todos descansados, alegres, bem-dispostos. Mas com o passar do tempo a mulher convalescente foi ficando cada vez mais deprimida, cansada e pálida. Os dois sensitivos observadores também tinham que lutar contra o vampirismo de Carrie, mas mesmo assim se sentiram exaustos. A noite se arrastou. Finalmente a jovem convalescente se desculpou, afirmando que se sentia mal; o marido teve de ajudá-la a levantar-se da poltrona. Ele sabia da experiência e, apesar de ninguém ter mencionado o nome de Carrie, concluiu que ele e sua mulher tinham sido vítimas de uma perda de energia.
Quem já se encontra em um estado debilitado torna-se automaticamente presa fácil para um sugador. Várias observações provaram que Carrie era realmente uma espécie de vampiro. Ela não estava consciente do seu vampirismo, sentindo-se simplesmente alegre e de bom humor depois de ter passado a noite com seus hóspedes. Em coquetéis ou outras festinhas ela nunca se relacionava com os de-mais hóspedes. Em vez disso, ela se instalava confortavelmente em uma poltrona, de onde pudesse ver tudo o que se passava. Então ela ficava lá com um olhar sonhador, procurando com uma intensidade calma, um após outro, todos os convida-dos. Com o passar das horas ela se transformava, de uma mulher pálida e sem ânimo, em uma pessoa vital, corada, faladeira e alegre. E assim ficava durante horas, sentada em sua poltrona, sem se aproximar de ninguém. No final da noite, no momento da despedida, ela estava radiante, vibrante, contando à sua anfitriã como tinha se divertido, como a noite tinha sido maravilhosa! Apesar dos elogios, raramente ela era convidada novamente. As anfitriãs não gostavam dela porque Carrie jamais contribuiu para o sucesso das festinhas.
Outro caso interessante é o de uma paciente que também se tornou vítima de um sugador.Loraine era uma jovem cheia de vitalidade e energia, que tinha mais que uma dose média de entusiasmo. Subitamente ela começou a sofrer de esgotamento físico, ficando cada vez mais cansada, até não poder mais se levantar da cama.
Seu médico ordenou internação em um hospital, para observação, mas todos os exames foram negativos ela não tinha doença alguma. Depois de uma semana no hospital, Loraine começou a se recuperar, reencontrando sua vitalidade perdida. Teve alta. Mas alguns meses mais tarde ela estava de volta ao hospital com um esgotamento total. Os exames (inclusive psiquiátricos) nada revelaram.
A dra. Karagulla foi consultada e resolveu ir observar Loraine em sua própria casa, durante um longo fim de semana, findo o qual tinha chegado a uma conclusão surpreendente, mais tarde confirmada pelos sensitivos. A dra. Karagulla também se sentira esgotada durante a sua estada na casa da família de Loraine. Uma tia, que morava na mesma casa e que sempre ficava perto da moça, era um sugador. A dra. Karagulla falou francamente com Loraine, sugerindo-lhe que se ausentasse mais repetidamente da casa, a fim de recarregar-se. O caso ficou definitivamente esclarecido quando a tia de Loraine viajou para a Europa: a moça se recuperou totalmente.
Loraine nada tinha contra sua tia. A dra. Karagulla explicou que sua irresistível vontade de abandonar a casa era um esforço natural de salvar-se. O sensitivo que observou Loraine e sua tia podia ver claramente que os campos de energia de Loraine eram totalmente esvazia dos pela outra. Um dos sensitivos deu uma boa descrição da ação do sugador, e dois outros fizeram observações semelhantes sem se conhecerem. Todos eles vêem uma abertura bastante larga no campo vital do sugador, na região do plexus solar. Dos cantos dessa abertura surgem tentáculos com a forma de ganchos, que se agarram ao campo de energia de quem estiver por perto. O sugador muitas vezes tem vontade de tocar a pessoa, que-rendo ficar tão perto quanto possível. Algumas pessoas tiram energia de outros indivíduos, bastando-lhes ficar perto das suas vítimas. Suga-dores que chupam suas vítimas através dos olhos ou da voz não precisam sequer dessa proximidade.
Isso tudo significa que as histórias sobre vampiros não são tão tolas assim. Vampirismo psicológico, por que não? Antigamente as pessoas acreditavam que a alma era composta de forças psíquicas. A alma era comparada a um mar onde as ondas vêm e vão eternamente. A formação da alma era a primeira condição para uma pessoa tornar-se um ser integral. Quando se tiram to-das as energias da alma, esvaziando-a, então não resta muito para ela ter com o que se formar.


Tentáculos e garras

Vampiros psíquicos — e eles não precisam sequer serem humanos — sugam o "sangue" da alma. E talvez isso aconteça em uma escala bem maior do que imaginamos. O poder de possuir uma outra pessoa, sugá-la, não se manifesta somente no plano material, mas também no das energias finas e sutis, as quais existem muito mais do que os próprios sensitivos podem perceber.
As energias percebidas pelos sensitivos pertencem a uma região muito ligada à Terra. Essa região tem muita influência sobre o ho-mem. Quem não é capaz de controlar, dirigir esses impulsos através dos canais apropriados ou testá-Ios com a ajuda da sua inteligência, permite que esses impulsos se manifestem. Como resultado eles começam a dominar o homem, manipulá-lo. Idéias (e como hoje somos inundados por idéias, políticas ou religiosas) também são forças, têm vida própria, podendo sugar uma pessoa. As idéias de uma pessoa são capazes de nos dominar. O melhor exemplo disso foi o pastor Jim Jones, do Templo do Povo, que levou uma população inteira ao suicídio. Seria interessante investi-gar por que um povo inteiro se deixa dominar por um ditador, ou por que um grupo se deixa levar por um fanático.
Os fenômenos e acontecimentos são manifestações de impulsos in-visíveis operando no mundo físico e no mundo do espírito. Através desses impulsos a história se faz, e as mudanças ocorrem. Quando os fa-tos acontecem sem que se tenha consciência desses impulsos, o homem se torna um fantoche. Não é um homem que usa as idéias. São as idéias que usam esse homem.
As idéias "pegam" , crescem, constroem. Mas também destroem. É preciso saber quando vale a pena alimentar uma idéia com as nossas energias. Se não conseguirmos lidar com as descobertas dos pesquisadores, (como as da dra. Karagulla), trabalhar com elas, testá-las, investigá-las com nossa própria inteligência, a parapsicologiá se tornará um poder em si, capaz de nos manipular.
A energética — doutrina filosófica da energia como essência de todos os fenômenos — está à espera de homens e mulheres criativos (como a dra. Karagulla), dotados de fantasia rica, que queiram deixar-se inspirar pela verdade.

Extraido de um texto de Alexandra Gabrielli    ---   Junho de 1979


Obs.:     Alexandra Gabrielli é redatora da revista Bres, a Planeta holandesa. Shafika Karagulla, de origem turca, naturalizou-se americana e atualmente trabalha como professora e pesquisadora no Departamento de Psiquiatria da Universidade de Nova York. Planeta 67 contém uma entrevista com a dra. Karagulla. Suas experiências com sensitivos encontram-se no livro Breakthrough to Creativity — Your Higher Sense Perception, ainda não traduzido no Brasil.