Philae – A Jóia do Nilo - Os Templos dos Rituais diários a ISIS


fonte:http://www.philae.nu/philae/Dailyritual.html#The Cult Statue


 

O Culto à estátua
Os templos egípcios foram criados para serem realmente a casa de seus Deuses ou Deusas. E eram vistos como suas residências onde suas estátuas eram cultuadas. A estátua em si não é a própria deidade, mas estava imbuída da sua presença nela.
Os cultos às estátuas eram mantidos na sala mais escura do santuário, mantida cerrada em um local feito de granito ou madeira, com portas duplas e que eram seladas para proteger e manter a pureza do espaço sagrado lá dentro. Por meio do ritual diário, o culto à estátua era preparado para receber a deidade e quando esta estivesse imbuída da presença da deidade; a estátua transformava-se no próprio deus(a)
Os rituais diários eram 3. O mais importante era realizado ao nascer do sol, então havia outro ao meio dia e o último ao pôr do sol.

O culto matinal
Antes do amanhecer o recinto do templo já estava com todos os sacerdotes e os serviçais que estavam ocupados preparando as oferendas de comidas, bebidas e flores, bem como outros tipos de oferendas que diferenciavam-se de acordo com a deidade a qual seriam destinadas. Tudo era belamente arrumado em pratos para serem agradáveis aos olhos não apenas da deidade maior do templo, mas também a todas as outras manifestações de deidades que existiam nos santuários em outros locais dentro dos templos.

Ritual da Purificação
O ritual da purificação era de extrema importância. Tudo e todos que ficariam na presença do Deus(a) deveria ser purificado, ou seja, lavado com sal e água do lago sagrado, que existia dentro de cada templo. Tanto o sal quanto o incenso e a água para as libações sempre desempenharam um importante papel dentro dos rituais. Todas essas coisas eram preparadas ao lado das oferendas para serem usadas nas próximas.
Antes do sol se levantar, os sacerdotes levavam em procissão as oferendas para dentro do templo. Um texto afirma:

Este é o portal pelo qual cada um entra no templo,
levando tudo o que compõe a refeição divina...
Os legumes são trazidos nas mãos dos portadores
(bem como) todas as flores dos campos
Um sacerdote vem antes de todos lendo o livro

Enquanto as oferendas são colocadas lado a lado, incenso e velas são queimadas e os sacerdotes e sacerdotisas cantam, em coro, enquanto os sistros são tocados. Isto é feito em uma sala do lado de fora do santuário, o qual somente o Faraó ou seu sacerdote/sacerdotisa mor (ou alguém apontado para fazer isso) tem permissão para entrar na presença da deidade.

Acordando o Deus
O sacerdote mor agora entra no santuário e quebra o selo da sala e abre suas portas, ou seja, abre as portas para o horizonte. Agora a deidade foi acordadoa através de cantos e corais:

Acorde... em paz
Que seu despertar seja pacífico!

Isso é falado no mesmo instante em que o sol nasce no horizonte, a face da deidade foi desvelada, mostrando o renascimento do sol como encarnado no culto à estátua:

Revelação da Face da deidade - Adoração da Face da deidade

Levante-se acima da terra
Assim como você emergiu de Nun!
Que possam os seus raios iluminar a terra!
Vida longa aos deuses que exortam sua beleza:
 (eles são) como (seus) filhos do Leste!

Servindo à deidade
Então a deidade é lavada, ungida com óleo, perfumada, maquiada, as roupas do dia anterior são trocadas e a deidade é purificada e vestida com roupas limpas de 4 tipos diferentes. Em alguns textos, é dito que era pano branco para salvaguardar contra inimigos, pano azul para velar a face da deidade, pano verde para dar-lhe saúde corporal e pano vermelho para proteção.
O ritual era concluído com o sacerdote mor ungindo a testa da estátua de culto com óleo perfumado. Isto significava que a estátua estava mais uma vez imbuída com a presença da deidade. Depois incenso era queimado e uma nova efusão ofertatória era realizada, o sacerdote mor fechava e selava as portas do santuário, saindo dali e varrendo todas suas pegadas sem deixar rastros de que alguém fora até lá.
Finalmente as oferendas de comidas e bebidas eram presenteadas. Essas comidas eram deixadas anteriormente perto da deidade para serem “absorvidas”, e depois levadas às deidades menores do templo. Em alguns lugares o pão era deixado dentro da sala do santuário até a próxima manhã.

Ao meio dia e ao anoitecer, um ritual menor era realizado.
As portas da sala do santuário não eram abertas e somente alguns atos de libações ofetatórias (cantos e orações) e queima de incenso.
Desta maneira a presença da deidade no templo estava garantida e os templos eram considerados como a morada dos deuses. Quanto mais uma deidade fosse agradada e bem cuidada, poderia ficar e proteger as Duas Terras. A pior coisa que poderia acontecer seria esquecer-se das deidades, o que significaria tempos difíceis para o Egito.