O Anjo da Guarda
na Umbanda
Por Alexandre
Cumino
O Anjo da Guarda é um Anjo
pessoal e tutelar, que têm por função velar, proteger,
amparar, inspirar e acompanhar seu tutelado (este acompanhar não
é algo necessariamente presencial).
Cada tradição explica o Anjo da Guarda de uma
forma diferente, embora nos seja mais familiar
os conceitos do Judaismo e Catolicismo é fato que já existia
este conceito nas culturas sumeriana, babilônica, persa
(zoroastrismo) e outras da mesopotâmia, no oriente médio
antigo.
No Espiritismo (Doutrina de
Allan Kardec), além de Deus todas as formas de vida seguem uma
mesma e única via de origem e evolução, tudo que vive é, foi ou
será espírito, logo anjos são espíritos e anjo da guarda é
“espírito tutelar”, muitos o confundem com seu “espírito
protetor”, “guia espiritual” ou
“mentor”.
O esoterismo se apropriou dos
72 nomes de Deus na Cabala Hebraica, que são potencias de
Adonai, atribuiu vogais para estes “nomes potencias” e os
identificou como “anjos”, fazendo surgir uma tabela com nomes de
anjos, 72 anjos, relacionada com os 365 dias do ano, em que se
faz identificar pela data de nascimento o nome de seu anjo e
qual suas qualidades. Embora em todas as tradições antigas anjo
da guarda não tenha nome conhecido, passou-se a identificar
estes nome de anjos como sendo a identidade dos “anjos da
guarda”. Este conceito surge na obra de Lenain (A Ciência
Cabalística ) e se repete na obra de Papus (A Cabala) que
é também um seguimento do que se conhece como Alta
Magia.
Na “Magia Sagrada de
Abramelin”, um tratado de Magia Cabalistica,
aparece um conceito de “Anjo Guardião” que se fará presente nos
seguimentos “Mágikos” de Aleister Crowlei, OTO, Golden Daw e da
Magia de Telema, em que o “Anjo Guardião” é uma forma
personalizada do Mistério Maior, a forma de Deus manifesta para
cada um...
Archibald Joseph Macintyre em seu livro “Os Anjos,
Uma Realidade Admirável” apresenta de forma resumida
as condições da questão CXIII da Suma Teológica, que é de São
Tomás de Aquino, o maior teólogo da Igreja Católica e
considerado “Doutor Angélico”, desencarnado em 1274, como
podemos ver abaixo:
1– Os homens são custodiados
pelos Anjos. Isto porque, como o conhecimento e as aflições
dos homens podem variar muito, vindo a desencaminhá-los do
bem, foi necessário que Deus destinasse anjos para a guarda
dos homens, de modo que, por eles, fossem homens
orientados, aconselhados e movidos para o
bem.
Pelo afeto ao pecado, os homens se afastam do
instinto do bem natural e do cumprimento dos preceitos da lei
positiva e podem também desobedecer às inspirações que os
Anjos bons lhes dão invisivelmente, iluminando-os para
que pratiquem o bem. Por isso, se um homem vem a perder-se,
isso se deve atribuir à malícia do homem e não à negligência ou
incapacidade do Anjo da Guarda.
2 - A cada homem custodiado,
corresponde um Anjo Custódio distinto. Cada Anjo tem
sob sua responsabilidade uma alma que lhe compete
procurar salvar.
3 - O Anjo da Guarda livra
constantemente seu protegido de inumeráveis males
e perigos tanto da alma quanto do corpo, dos quais o homem não
se dá conta. Vimos como Jacob se dirigiu a José (Gen 48,10):
“Que o Anjo que me livrou de todos os males abençoe a essas
crianças.”
4 - O Anjo da Guarda impede que
o demônio nos faça o mal que desejaria fazer-nos.
Lembremo-nos da história de Tobias mencionada neste e no
capítulo 3.
5 - O Anjo da Guarda suscita
continuamente em nossas almas pensamentos santos e
conselhos saudáveis (conforme se lê em Gen. 16,18; At.
5,8,10).
6 - O Anjo da Guarda leva a
Deus nossas orações e pedidos, não porque Deus onisciente,
necessite disso para conhecê-los, mas para que ouça
benignamente. Implora por iniciativa própria os auxílios divinos
de que iremos necessitar, sem que disso nos demos conta e sem
que, muitas vezes venhamos a saber que recebemos esses
auxílios (ver Tobias c.3 e 12; Atos
c.10).
7 - O Anjo da Guarda ilumina
nosso entendimento, proporcionando-nos as verdades, de um
modo mais fácil e compreensível, mediante o influxo que
pode exercer em nossos sentidos
interiores.
8 - O Anjo da Guarda nos
assistirá particularmente na hora da morte quando mais
dele iremos necessitar.
9 - Os Anjos da Guarda,
segundo opinião piedosa de grandes teólogos, acompanham as
almas de seus protegidos ao purgatório e ao céu depois da
morte, como acompanhavam as almas dos antigos
patriarcas ao “Seio de Abraão”, expressão
que simboliza a união com o pai.
De fato, a igreja apoiando e confirmando essa
crença, na cerimônia da encomendação da alma a Deus, ao descer o
corpo à sepultura, como última oração, reza: “Ide a seu
encontro Anjos do Senhor; recebei sua alma e conduzi-a
presença do Altíssimo...; que os Anjos te conduzam ao
seio de Abraão.”
10 - O Anjo da Guarda, ainda,
segundo a opinião de muitos teólogos,
atendem às orações dirigidas pelos fiéis à alma de seu
custodiado quando esta se encontra no purgatório,
“em estado não de socorrer, mas de ser socorrida” (2-2 Q.83
a. 11. ad 3). Por isso, as súplicas dirigidas às almas do
purgatório são das mais eficazes, pois são impetradas pelo Anjo
da Guarda da alma a quem se recorre.
11 - O Anjo da Guarda
acompanhará eternamente no Céu a seu custodiado
que alcançou a salvação, “não mais para protege-lo, mas para
reinar com ele” (1.Q.113 a.4) e “para exercer sobre ele algum
mistério de iluminação” (1 Q, 108 a. 7 ad
3).
12 - O Anjo da Guarda não pode
livrar-nos das penas e cruzes desta vida, enquanto Deus em sua
infinita bondade no-las tiver mandado ou permitido,
para nossa provação, santificação e purificação. Mas nos ajudará
a suportar pacientemente , resignadamente e até mesmo
alegremente as provações, encaradas como nossa modesta
participação de solidariedade no Mistério da Redenção
da Humanidade, o qual se realizou plenamente no
Sacrifício do Calvário, com a morte de
Jesus.
13 - O Anjo da Guarda nos
protege contra a malícia humana, a injustiça, a
hipocrisia, a falsidade, a mentira, a
injustiça e os ciúmes daqueles que nos querem
prejudicar. Sua veneração e invocação sempre nos
hão de valer.
Para nós Umbandistas, tudo está
por se fazer, tudo está por se conhecer, definir e
compreender
Na religião de Umbanda há o costume de se
acender uma vela branca de sete dias ao Anjo da
Guarda, oferecendo água e mel. O que pode
ser feito de forma simples e como prática espiritual de
proteção na presença do Anjo da Guarda, fortalecendo o
vínculo entre ele e nós.
Basta para isso uma vela branca, um pires, um copo de
água e mel.
Acenda a vela branca e segure-a com a mão direita à
frente e acima da cabeça, faça esta evocação:
Eu Evoco à Deus, sua Lei Maior e sua Justiça
Divina!
Evoco meu Anjo da Guarda ofereço a vós esta vela
e peço que a imante, cruze e consagre em vosso poder
se fazendo presente por meio dela em minha vida, em meu coração,
palavras e mente!
Encoste a vela em cima de sua cabeça e imagine a luz
dela alcançando o infinito, no alto onde se
encontra seu anjo da guarda com o Altíssimo, a luz
sobe como um facho e quando alcança o anjo a luz Dele desce
por este facho o iluminando ainda mais até alcançar o alto de
sua cabeça, entrando por seu corpo, de dentro para fora e de
fora para dentro o envolvendo todo em sua luz, neste momento dê
sete voltas em sentido horário com a vela acima de sua cabeça.
Após feito isso se certifique que a vela está em
local seguro, tomando o cuidado para não queimar
cortinas nem tapetes e evitando estar ao lado de gás ou
acessível a crianças e/ou animais domésticos.
Esta Vela pode estar num altar, acima de uma mesa ou
no chão pois o que importa é que no ato de acender e evocar,
neste momento, a vela estava acima de sua cabeça, agora
basta firmá-la em um local seguro. Coloque um pouco de mel em
torno da vela e o copo de água ao lado
dizendo.
Meu anjo da guarda vos ofereço esta água e este mel,
para que me proteja e envolva meu corpo material, astral e
espiritual em vossos eflúvios e irradiações doces, benéficas e
revitalizantes. Me inspire bons pensamentos e ações, afastando o
mal de minha vida. AMÉM.
Caso ache necessário faça outros pedidos.
Se Você é médium de Umbanda, tenha em seu Anjo
da Guarda, uma das mais simples e poderosas proteções que um
médium pode ter, a mantenha acesa com vela de sete dias
ininterruptamente e reze diariamente a seu Anjo da Guarda, no
mínimo, antes de dormir e ao acordar.