A oração segundo Helena P. Blavatsky




A Oração 

Um ocultista ou teósofo dirige sua oração a seu pai que existe em segredo (lede e compreendei o cap. VI v. 6 de Mateus) e não a um Deus extracósmico e portanto finito. Esse pai se encontra no próprio homem... 
Para nós, o homem interior é o único Deus que podemos conhecer. E como poderia ser de outro modo? Concede-nos o que pretendemos, isto é, que Deus é um princípio difundido universalmente. Como o homem pode em tal caso compenetrar-se com, por e na Divindade? Chamamos nosso "Pai no céu" àquela deífica essência que reconhecemos em nós, em nosso coração e consciência espiritual e que nada tem com o conceito antropomórfico que podemos formar em nosso cérebro ou em nossa imaginação. "Não sabeis que sois o templo de e que em vós habita o espírito de (o absoluto) Deus?" Todavia, que o homem evite antropomorfizar àquela essência que está em nós. Não diga um teósofo se quer seguir a verdade divina e não a humana que esse "Deus em segredo" recruta ao homem finito ou é distinto do mesmo ou da essência infinita, por que todos são um. Nem mesmo que a oração é um pedido; como acabamos de observar, é antes de mais nada um bem, um mistério: um processo oculto pelo qual pensamentos e desejos condicionados e consequentes incapazes de serem assimilados pelo espírito absoluto, incondicionado, são transformados em desejos espirituais e em vontade chamando-se a esse procedimento " transmutação espiritual". A intensidade em nossas ardentes aspirações transformam a oração na "pedra filosofal" ou aquilo que transmuta o chumbo em ouro puro. Por nossa "oração de vontade" a única essência homogênea transforma-se em força ativa ou criadora e produz efeitos de acordo com nosso desejo. 


Extraído do livro A DOUTRINA TEOSÓFICA 
Editora Hemus