A Lenda do Seringueiro

A Lenda do Seringueiro - A História do Erê Indiozinho Caboclinho da Mata Virgem;



O Seringueiro 

Além da seringa e da castanha, o seringueiro tira da mata quase tudo o que precisa para viver. Tira a madeira de paxiúba para as casas, a palha de aricuri ou jarina para os telhados, o terreno de roçado para o arroz, feijão, milho e mandioca, com a qual faz farinha também. Os insetos e raízes alimentam as galinhas, porcos, perus e patos, às vezes até alguma vaca e umas poucas cabeças de gado. A mata dá caça variada e farta – veados, porcos-do-mato, pacas, antas e peixes – é também o jardim de infância das crianças, que se divertem com armadilhas, e o berço do universo de lendas dos seringueiros. 




Todo seringueiro já foi assombrado pelas almas dos que morrem, pela mãe d’água que encanta os viventes e os leva para o fundo dos rios, ou pelo caboclinho da mata, um indiozinho pequeno que é o dono das caças e persegue e castiga aqueles que caçam sem necessidade de carne fresca.




Pontos cantados do Caboclinho da Mata:
Oi caboclinho da mata virgem
Sucuri dendê
Aonde anda esse Caboclo
Que não quer descer
Ele desce sim senhor,
Ele desce sim senhor.


Caboclinho da mata virgem
plantou raiz nasceu flor
caboclinho da mata virgem
plantou raiz nasceu flor.

Por esse mundo, vive tão sozinho,
Por essas matas, que lhe maltratam,
Caboclinho das Matas não me deixe só,
Ele baiou nas matas do Codó,
Ele baiou nas matas.


Caboclinho da Mata, como brinca
Olha como brinca.
Sentou – se na areia e pôr-se a chorar.


Taca fogo,no mato ,
que ele vem,
taca fogo,no mato que ele vem !